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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Minha infância futebolística

Vou falar uma coisa para vocês: criança é um ser que só se entende sendo uma. Porque até hoje eu não entendo zilhões de coisas da minha infância. Decidi colocar alguns fatos da minha, em termos de futebol, entre outros assuntos.


O primeiro jogador de futebol de quem ouvi falar foi o Neto, embora meu pai fosse santista. Daí, eu botei na cabeça que o Neto não só jogava no Corinthians, como no Santos, no Palmeiras, no Flamengo, no Boca... E tudo ao mesmo tempo! Gente, releva! Eu tinha só 4, 5 anos.



Neto, o onipresente

Meados de 1994, e o Raí era o galã do momento. Eu estava no primeiro ano do ensino fundamental e participei da minha primeira quermesse, e dancei a primeira quadrilha com um bocó da minha sala – um ruivo bobão com nome de mascote atual de uma torcida. Hoje em dia ele diz não se lembrar de mim, mas este não é o tópico frasal, colega! Chamaram-me para dançar também com a segunda série, pois uma garota havia faltado, só não entendo exatamente porque eu. De repente, eu tomo um susto [do bem]: o guri era o clone do Raí [mesmo com 8 anos de idade]!!!

Foi tão divertido! *---* Eu errei vários passos da coreografia ao lado dele. O mais importante é que eu saí me vangloriando ter dançado com o sósia do Raí. “Paaaai! Você viu a cara do guri?” *0*´

Só a título de curiosidade, eu não fiquei com este menino [porque vai que você pensa que sim]. Nem vou contar com quantos anos dei meu primeiro beijo, no entanto, asseguro que de maneira alguma foi precoce. Ao contrário! Eu sempre fui e sou bem sossegada neste aspecto e nunca dei trabalho pra minha mãe que não fosse chorar por umas três horas seguidas.


Cresci como filha única. Então, para jogar futebol era uma lástima! Disso talvez, eu deva esse meu jeito boleiragem pereba de ser. Batia bola com a parede, porque nem meus cachorros queriam brincar. Às vezes, as menininhas da rua jogavam. No momento do chute, altos chinelos voavam.


Na minha rua não havia meninos da minha idade, eram todos mais velhos. Aí, aqueles chatos nunca me deixavam jogar, mas quando caía no meu quintal, era um tal de “baixinha, pega minha bola aí” que perdi a conta.


Eu assistia futebol sozinha e escondida. Geralmente a família se reunia para ver Copa, e em 1994 o Alex Lalas era meu jogador favorito. Não pelo futebol, e sim pela barbicha de bode. *--* Mas a mania de comemorar berrando pelo quintal, na sacada ou na rua é uma particularidade e juro que não puxei de ninguém.


Quando eu tinha uns 10 anos de idade, vi a propaganda da loja de matérias de construção Mundo Novo, cuja protagonista era uma loira linda que parecia uma Barbie, fazendo embaixadinhas. Era a Milene Domingues, a quem passei a admirar - por fazer aquelas manobras com a bola e ser corintiana - e tentar frustradamente imitar. Ela se casou com o Ronaldo, e eu os considerava o que mais tarde muita gente pensaria de Britney Spears e Justin Timberlake, ou seja, feitos um para o outro. O príncipe e a princesa. Pena que sempre tem um monte de bruxa à solta para fazer o príncipe-cabeça-com-água-de-coco cair em tentação.



Essas foram algumas das histórias futebolísticas da minha infância. Vamos aos demais assuntos, porque não se vive só de futebol:


Eu me identificava muito mais com a Mara Maravilha do que com as outras apresentadoras, porque ela era morena. Em um país de muitos negros e mulatos, era piração demais ter um monte de apresentadora infantil de cabelos loiros. Quando a gente é muito criança, precisa de referências. E além de cabelo escuro, Mara é pisciana, baiana e virou evangélica. Porém, tenho vários LPs da Xuxa e da Angélica. Da Eliana, várias K7s. De modo algum isto significa que eu não goste das loiras, ou daquelas da época. Tanto que tive essa cor de cabelo por cinco anos.





Depois da Mara, veio a Thalia. Já contei para vocês que a Thalia foi para mim o que a Madonna e a Xuxa foram para muita gente. A hora da novela Maria do Bairro era sagrada [tem gente que me chama de Maria do Bairro por causa disso hahahah]. Ela é meu maior referencial de beleza e talento. E até hoje embala minhas fossas amorosas e existenciais.


E como o prometido, sabe quem era o personagem de TV com quem eu jurava que iria me casar? Kevin Arnold, de Anos Incríveis. Só criança para não notar que a série foi gravada há muito tempo antes, e achar que tudo aquilo era real. Hahhahahhahahaha, venguerza!!! E para jogar mais meleca no ventilador, eu morria de ciúmes da Winnie Cooper - olha o meu signo lunar [escorpião] dando os primeiros sinais.





Como despejei essa para vocês, vou encerrar contando a respeito do meu primeiro namoradinho – com quem eu “traia” o Kevin Arnold hahahahaha. A única coisa que digo é que um muro enorme nos separava e a gente apenas combinava o que usaríamos no casamento. E ele jurava que homem casa de tênis porque sapato era coisa de mulher hahahahaha. O guri é neto do meu vizinho e acredito que nem se recorda disto [porque, né, habitantes mulheres do país do futebol, a memória dos homens é imensamente ou propositalmente falha].

Fotos: Reprodução

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postado por Andréia de Moura às 11:29 AM