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quinta-feira, 18 de junho de 2009

O diploma caiu, coitado! Machucou?

Hoje, antes que a professora de Design começasse a distribuir as provas finais deste semestre, ouvi algumas conversinhas paralelas - afinal, não se fala em outra coisa, como diriam nossas avós - de todo mundo super revoltado com a queda a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão de jornalista. “Meu Deus! É um absurdo! Vamos fazer um manifesto! Vamos revolucionar na Avenida Paulista, sobre um cavalo branco e com uma espada na mão!” – mentira! Essa última frase fui eu que inventei.

Enfim, geral achando que jogou dinheiro fora, porque até a Mulher Melancia poderá ser jornalista se quiser [mas Deus é pai!]. Como estava meio sick, nem entrei na conversa. Não vale a pena! Conversa de dois minutos com gente que não está a fim de ouvir o que nós queremos dizer é perda de tempo.

Eu, que estou em transição para o terceiro semestre de jornalismo - e que finalmente estou, porque quem acompanha minha história sabe que sempre quis estar na universidade, e o quanto sofri por ter “perdido tempo” fora dela, porque não tinha dinheiro para pagar – poderia entrar nesse movimento e ficar desesperada porque agora vão chamar a Gizelle Maritan de jornalista. Porém, jamais escondi que nunca fui muito fã dessa regra estabelecida desde o AI5.

Afinal, o que conta? Fazer quatro anos de um curso superior, para simplesmente segurar o canudo, para bater no peito e se achar acima da carne seca, ou não ter formação acadêmica alguma, mas um ótimo português, ética na tupperware, e experiências por conta própria aliadas à vontade de aprender? Deveria ser o contrário, e em alguns casos não é. Isso faz valer esse novo capítulo do jornalismo brasileiro.

Primordial é justamente cair na realidade de que um papel comprado não vai garantir prestígio no mercado de trabalho a ninguém. Isso é muito Dom João VI vendendo títulos de nobreza [você estudou no colégio que eles eram concedidos? Sinto muito, mas that’s the real world!] nos tempos de Brasil Colonial. E não é o fim da obrigatoriedade do diploma que vai tirar emprego de jornalista formado, nem as esperanças do estudante; muito menos vai sair empregando qualquer cidadão que queira assistir jogos de graça, ou entrevistar o Barack Obama [porque ele é a voga], que não tenha ética, visão crítica e vontade de aprender. Os critérios das empresas continuam firmes em querer conteúdo, e isso pode sair de mim, de você, ou daquele cara que ralou a vida toda, não pôde pagar um curso, todavia é tão culto como um mestrando. O mercado vai ficar mais competitivo, e sem sombras de dúvida, melhor para o público.

Não sei quanto aos outros. Eu tenho absoluta certeza do querer. Sonhei com a universidade, cá estou. Quero todos os diplomas que puder - desde que eu aprenda algo para tê-los.

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postado por Andréia de Moura às 2:42 PM