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segunda-feira, 30 de março de 2009

Quando o Tatuapé tinha som de cumbia...

O Brasil inteiro soube do crime acontecido no domingo passado, após o clássico Corinthians e Santos. A morte da jovem Ana Cláudia Melo nos chocou – tão garota, mãe de um bebê que agora tornar-se-á um objeto de disputa entre duas famílias. Quando voltava da universidade, vi a foto dela em um jornal de uma banca, e não a reconheci, mas já havia ouvido falar dela em outros tempos. A ficha caiu quase agora, quando bati o olho em uma foto publicada pelo Fantástico.

Pois bem, Ana Cláudia realmente conheceu o goleiro Fábio Costa – não me apetece saber grau de “conhecimento”. Ela e algumas amigas [e prima, creio eu] corintianas viviam na porta do Parque São Jorge, em 2005. Naquela época, o Corinthians bombava na mídia por causa do MSI, das contratações internacionais, e do time galáctico. Esse grupo de garotas vivia publicando fotos na internet: ao lado de Kia, Tevez – esse era o preferido de uma delas -, Mascherano, Sebá, Eduardo Ratinho, Betão, Bruno Octávio, Marcelo Mattos, Marinho, entre outros.

Apesar de ser um comportamento natural, visando que todas eram adolescentes, percebia-se que havia o exagero apimentado e misterioso, principalmente na declaração de algumas que se diziam intencionadas a cursar Jornalismo e seguir na área esportiva. Embora, a mais famosinha da turma fosse aparentemente idolatrada, e empurrada goela abaixo da torcida como a ‘musa corintiana’, nas rodinhas em off, o assunto era de que garotas tão espevitadas não estavam a fim apenas de futebol. Eu abafava o caso, porque nunca gostei de jogar pedra no telhado dos outros, tendo em vista a vulnerabilidade do ser humano.

Naquela época, o meu site era apenas um blog que, a conselho de gente da crônica esportiva, virou motivo de dedicação. Cheguei a me afastar de meninas que se aproximavam a pensar que eu tinha a mesma filosofia daquela turminha. Não é errado achar alguém bonito, ou se apaixonar por esse alguém – seja de qual profissão for. Nunca condenei tietagem apaixonada, nem torcedoras ou estudantes de jornalismo que saem com jogadores. Somente não concordo com algumas mulheres que destroem casamentos – que não é o caso. No mais, cada mulher sabe o que lhe foi ensinado em casa, desde a infância. A questão é que todo mundo casa um dia, e espera-se que com a pessoa certa. Segui meu caminho e me esqueci dessas garotas.

Os anos passaram, e infelizmente a paixão adolescente levou Ana Cláudia para esse destino. Ela continuava corintiana frequentadora de estádios, e tinha uma vida toda pela frente, a ensinar um caminho para o pequeno Gabriel. Ainda não acredito que tenha sido ela. O mundo é pequeno, dá voltas e o cotidiano nos surpreende. Espero que Deus seja benévolo para com tudo que envolva esta situação lamentável, e principalmente que Ana Cláudia descanse em paz e seu filho cresça em um ambiente de amor, como ela planejou; como qualquer mãe de verdade planejaria.

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postado por Andréia de Moura às 8:24 AM