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sexta-feira, 18 de abril de 2008

Vergonha alheia


Eu estava evitando falar sobre o caso Isabella, mas após ver o circo armado em São Paulo, sou obrigada.

Assistindo à cobertura [muitas vezes “urubulística”] do depoimento dos suspeitos em potencial, hoje, vi vários populares desocupados, sem um tanque para lavar, sem um carro para dar brilho, sem vontade de procurar emprego, falta de um cachorro para catar pulgas.

Um povo que chora porque não tem dinheiro para pagar as contas, mas compra um bolo de 14 reais e canta “Muitas felicidades! Muitos anos de vida!!!” na porta da delegacia. Justiça? O povo quer ficar famoso. Tiram fotos de tudo com o celular e fazem macacagem para as câmeras.

Eu também quero que o[s] assassino[s] seja[m] descoberto[s], julgado[s], condenado[s] e pague[m] pelo crime que cometera[m]. Gente! Não sou uma rocha sem coração! Também fico emocionada quando vejo o vídeo onde ela está fantasiada de cachoprinha na festa da escola, e imagino o que fizeram com ela. Porém, eu tenho senso de ridículo e não madrugo para passar o dia sentada em uma calçada e pulando feito pipoca de microondas quando vejo alguma câmera ligada!

Quer fazer manifestação? Vá para a portaria da Esplanada dos Ministérios, da Prefeitura, do Palácio das Laranjeiras, dos Bandeirantes, Câmara Municipal, Secretaria de alguma coisa que não está dando certo, ou seja, todas. Lute pelo seu! Peça teu aumento salarial, melhores condições de saúde, educação, transporte.

Você, cidadão babaca está perdendo seu tempo e não ajudando em nada, na porta da casa dos envolvidos, delegacia, IML, enquanto teu dinheiro é gasto com tapioca, viagens de jatinho para a Europa, filhos ilegítimos por aí, etc e bacalhau.

E boa parte do povo brasileiro continua assinando o atestado de cabeça de vento. Trabalhar ninguém quer, mas se aproveitar da tragédia de uma criança que eu DUVIDO que tenha descansado do plano material, de tanto que usam seu nome aqui e acolá, para aparecer na Globo, mandar beijo para a Xuxa e para mamãe... Ah! Só falta a melancia no pescoço [ou no traseiro, porque está na moda].

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postado por Andréia de Moura às 7:53 PM