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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Feliz Dia do Jornalista!

Embora ainda não soubesse, o jornalismo já estava em minha veia desde os primórdios. Eu gostava de imitar as jornalistas, de brincadeira na mesa da cozinha. Também brincava de apresentadora de rádio. A vizinhança inteira tinha de me ouvir, quando inventava história. Sem contar, as reportagens imaginárias. Na escola, enquanto uns escutavam música, ou conversavam em meio à aula chata de Física ou Matemática, eu escrevia matérias que só tinham um quê de razão em minha mente. Em casa, datilografava, enquanto não havia ganhado meu computador. A decisão de seguir carreira veio em anos mais tarde, quando desisti da Moda.

Na Rádio Metropolitana, há uns cinco anos atrás

Nossa rotina é complicada. Quem convive com um jornalista sabe como as coisas funcionam. Abdico dos finais de semana, de feriados. Sei que mal verei meus filhos crescerem. Já fui participar de transmissão de 5 jogos seguidos, acordando muito cedo, fazendo duas horas de viagem, após ter dormido por apenas 4 horas na noite anterior. Recusei convites de viagem, de amigos, de reunião familiar, porque teria de trabalhar.

Uma vez, tive de jantar sentada em um degrau do trolebus [no chão, basicamente]. Sem falar no dia em que fiz um boletim com a dicção totalmente prejudicada, pois estava com o rosto anestesiado.

Exemplo de um jornalista muy feliS

Não há glamour. É empurra-empurra, calor, cabine apertada, chuva, horas sem comer, madrugadas viradas no editor de texto, atraso, podadas psicológicas, interferência de problemas pessoais, pressão da chefia, dos leitores. E quando se é jornalista esportivo, as coisas são piores. O torcedor apaixonado não tolera vírgulas mal-colocadas e reclama mesmo, em algumas ocasiões ofendendo, machucando. Assessores te ignoram e alguns jogadores literalmente pisam na bola.

E quando o céu está desabando em sua vida pessoal? Teu cachorro morreu, a internet caiu, você sofreu desilusão amorosa, a companhia de energia elétrica não acusou o débito das últimas contas, bad hair day, o fígado dobrou de tamanho, e tua bota não combina com absolutamente nada, porém, quando tu entras no ar, tudo está na mais perfeita ordem e seu cabelo idem. Pode ser que aquela bela âncora do telejornal da hora do almoço esteja com a mãe entre a vida e a morte, ou o setorista do programa de rádio, está fazendo o boletim do seu time e sentindo uma tremenda dor de dente. No entanto, para vocês estamos perfeitos, com o rosto sereno e entonação firme.

Não importa o que venha de acontecer. Tenho um orgulho tremendo de minha opção. É algo que quero para sempre. Nela, conheci e tive a oportunidade de entrevistar muitas personalidades admiráveis, de presenciar eventos importantes, entre outras coisas. Quero morrer escrevendo, comentando, transmitindo minhas idéias.

Parabéns pelo dia 29 de janeiro!


...

Os 13 mandamentos do jornalista

1º Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.

2º Não verás teu filho crescer.

3º Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.

4º Terás gastrite, se tiver sorte. Se for como os demais, terá úlcera.

5º A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o China in Box.

6º Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.

7º Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho.

8º Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.

9º Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.

10º A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te fará mais efeito.

11º Terás sonhos, com entrevistados, e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono.

12º Exibirás olheiras como troféus de guerra.

13º E, o pior... Inexplicavelmente gostará de tudo isso.

- Link para o artigo sobre jornalistas na Desciclopedia [muito engraçado].

http://desciclo.pedia.ws/wiki/Jornalista

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postado por Andréia de Moura às 1:37 PM