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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Coisas da hora do rush

Estava em um vagão lotado do metrô, distraída com os problemas diários. Então comecei a prestar atenção na conversa entre duas mulheres.

Tudo começou quando o celular de uma delas tocou. Ela citou a estação Vila Matilde e ao desligar, contou a novidade a amiga:

- Ele vai me buscar na Vila Matilde. Ele tem feito isso nesses dias todos.

- Que bom, Elaine! E vocês estão se acertando? – perguntou a outra, muito feliz com o fato.

- Fomos ao shopping no sábado. Conversamos bastante! – respondeu.

- Qual? Tatuapé?

- Sim! Isso tem me dado bastante segurança. Estamos bem melhor... – confidenciou Elaine.

Elaine, que era baixinha, com cabelos pretos e lindos, tinha uma voz meio que insuportável, no entanto, uma mocinha bonita. “Insegura em quê?” pensei cá com meus botões, e continuei a escutar a conversa.

- Ótimo, amiga! Você sabe que vocês têm de ir levando assim. Aí quando for a hora você vê se é ou não. Dá a cartada final! – provavelmente a amiga quis dizer que Elaine deveria desenrolar a situação, seja lá qual fosse a tal. – E você, por acaso tem ido lá?

- Em dezembro não, mas em janeiro fui bastante. Tipo como tu, só que no teu caso ... [eu não lembro o que ela falou nessa hora =D]

- É legal, amiga! Legal! Faz muito bem para as pessoas. Cada um tem sua maneira de desabafar, ter com quem fazer isso. Acho que todo mundo deveria fazer terapia! – disse a amiga loira, descolada, de cabelo repicado, que parecia uma Barbie.

- Concordo!

Em seguida, a amiga loira desceu na estação do Tatuapé. Elaine logo recebeu outra ligação.

- Oi! Já estou quase na Vila Matilde! O quê? [e eu do lado: “-q”] Ah, sim. Sem problemas... – disse em um tom de voz infantil e irritante, coitadinha.

Logo, ela desembarcou na estação Penha, para a minha surpresa, já que esperava por um happy ending, no qual Elaine encontraria seu bofe feliz, a esperando em seu carrinho estacionado na porta da estação, após um estressante dia de trabalho.

Como não queria pensar em outras coisas, fiquei tentando matar a charada. Será que ele resolveu parar na Penha? Será que ele não foi? Afinal, quando eles não querem arrumam as desculpas e mentiras mais boçais ever, entretanto, nunca sabem dizer adeus.

Moral da história: o que importa é que ela faz terapia!

ps.: Se você é a Elaine do vagão, saiba que qualquer semelhança com os fatos e o nome da personagem se trata de mera coincidência. Juro pelos sapatinhos vermelhinhos Prada do Papa Bento XVI! [cruzando os dedos] O_o

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postado por Andréia de Moura às 9:18 PM