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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Opinião: O fraldinha custa quanto? E o juvena?

escrito para o www.andreianopaisdofutebol.net

O menino joga bem. E quem não joga? Com a era ‘Youtubada’, fazendo três gols e um zerinho, até eu viro craque. E a gringa baba litros. Os times europeus, árabes, japoneses têm dinheiro e comportam-se como crianças sem os pais na loja de doces. A doçaria é o Brasil. Eles vêm à nossa loja e levam nossos melhores doces, aqueles que fizemos a olho e surgiram por acaso. Aqueles doces os quais, só Deus sabe quando acertaremos a receita novamente.

Isto não é uma lamentação no estilo girlie, e sim, de uma profissional da crônica esportiva, que boceja em alguns jogos e que está estupefata em ver grandes talentos serem arrancados precocemente de nosso país.

Naquele fim de tarde em novembro de 2005, estava com minha mãe na estação Palmeiras-Barra Funda. Era dia de jogo no Palestra, e a torcida alviverde andava em direção às catracas, muitos deles animados, cantando. “Palmeiras pega o Inter”, respondi a um senhor que se perguntava sobre a partida em questão. Mal sabia que aquele confronto seria a estréia de um craque.

Não há nada de errado em querer o melhor para si, realizar o sonho de jogar ao lado de seu ídolo. Não mesmo! No entanto, é incompreensível a idéia de que não conseguimos segurar nossos atletas. O Pato é o tipo de jogador que faz com que o torcedor de qualquer time ligue a TV ou vá ao estádio. Quem ama futebol, sem a névoa cinzenta da parcialidade sobre os olhos, sabe o que estou dizendo! E agora? O Pato, o Robinho, Kaká, Diego estão muito bem, com uma bagagem cultural e tática impecável. E o futebol brasileiro? E o apaixonado por futebol - eu, você, o Manuel da padaria e o tio bigodudo da revistaria? Porque, realmente, é uma merda ter de esperar dezembro para ver amistoso beneficente. E você há de concordar!!!

E é aterrorizante ver que o fraldinha já diz que vai para a Europa, jogar no Euro Futebol Clube. Uns já são malas sem poder. Também, tio Lula, tio Orlando, tio Ricardo, com tanta miséria, falta de assistência e roubalheira no Brasil, todo mundo quer ser o Ronaldinho Gaúcho. Nenhum boleiro está errado em aceitar uma boa proposta, por isso que lamento a decadência do futebol brasileiro em poder manter, ou pelo menos prolongar a estada de um jogador por aqui.

Enquanto não houver uma reforma que dê uma condição decente a quem realmente merece, assistiremos nossos patos migrarem para onde o sol é mais quente, e ainda seremos obrigados a dizer amém. Amém!

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postado por Andréia de Moura às 2:33 PM