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quinta-feira, 26 de julho de 2007

Teus risonhos lindos campos têm mais flores

Somos o país do futebol, correto? Não, ainda não. Somos um país machista, onde pais e mães colocam suas filhas para terem aulas de balé, e os filhos, futebol. Onde uma mulher que ama futebol tem sua sexualidade questionada, tem seu nome envolvido com atletas por uma simples amizade, é testada a cada minuto.

Ouçam o apelo da Daniela Alves, e das outras atletas. Deixem que as gurias trabalhem, pois é apenas isso que almejam. Jogadoras merecem condição, incentivo e respeito, assim como os garotos.

Temos a beleza, a delicadeza e porque não a raça. Equivalemos a guerreiras, porque ouvimos deboches, piadas de mau gosto e somos confundidas, inclusive por mulheres adeptas da ideologia machista. Não abrandamos e pulamos janelas quando nos fecham portas.

Como dói receber e-mails de garotas, pedindo que as ajudem no futebol, sendo que não posso fazer nada por elas.

Bolsa de estudo para atletas em todas as universidades e escolas particulares deveria ser lei, e nas instituições públicas, um ganho financeiro por mérito. Vocês não têm idéia o quanto isso faria com que a Fundação Casa tivesse menos internos, de quantos atletas não precisariam viajar para os EUA, ou Europa. Isso, em qualquer esporte. Temos espaço, atletas, e agora depende do governo. Quantas Martas, Pretinhas, Andréias, Danielas, Cristianes, Thiagos, Diegos, Diogos, Hugos, Fabianas, Edinancis, Yanes e Marcéis, do Oiapoque ao Chuí... quantos estão apenas à espera de um estímulo cordato... Ai, tio Lula e tio Orlando, são tantos.

És belo, és forte, impávido colosso. E o teu futuro espelha essa grandeza.


Andréia de Moura

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postado por Andréia de Moura às 2:31 PM